Brasil - TEORI ENVIA A SÉRGIO MORO DELAÇÃO DE DELCÍDIO SOBRE PROPINA NO GOVERNO DE FHC - Ex-líder de
- nossavozfoz
- 3 de mai. de 2016
- 2 min de leitura

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), remeteu na semana passada ao juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, parte da delação do senador Delcídio do Amaral (MS) sobre suposto pagamento de propina na Petrobras durante o governo do ex-presidente, Fernando Henrique Cardoso (PSDB/SP.
Em um dos termos de delação, Delcídio informou que, entre 1999 e 2001, quando ele ocupou cargo de diretor de Gás e Energia da estatal, houve pagamento de cerca de U$S 10 milhões para compra de uma máquina para uma Refinaria Landulfo Alves, na Bahia.
O ministro atendeu pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para retirar do STF a investigação dos fatos, por não envolver pessoas com foro privilegiado. Para Janot, é preciso “averiguar até que ponto as declarações do colaborador encontram eco” nos fatos apurados até o momento na Lava Jato.
O Esquema
De acordo com Delcídio, a baiana OAS, também investigada na Lava Jato, tinha interesse na compra da máquina GT24, da Alstom, e articulou sua aquisição para atender a Refinaria Landulfo Alves durante um programa de racionamento de energia implementado no governo do tucano FHC. O equipamento já havia apresentado defeito em outros países.
O então diretor da OAS, Carlos Laranjeira, teria dito a Delcídio que a compra da máquina era de interesse da empresa e que a construtora havia separado valores entre US$ 9 milhões e US$ 10 milhões para pagamento de propina a parlamentares, caso o procedimento fosse realizado.
O projeto para adquirir a GT24 teria nascido no Ministério de Minas e Energia, comandado na época por Rodolpho Tourinho. Falecido em maio de 2015.
A operação teria sido autorizada pelo diretor da Petrobrás na época, Henri Reichstul, com a participação de Nestor Cerveró, gerente da área internacional e que se tornaria diretor do setor. No acordo de delação, Cerveró afirmou que Delcídio recebeu propina de contratos das empresas Alstom e GE quando ambos trabalhavam na Diretoria de Gás e Energia da Petrobrás, em 2001. Em um dos acertos, afirmou o ex-diretor, a propina saiu de um contrato de US$ 500 milhões de turbinas de ar.
Delcídio foi preso preventivamente em 25 de novembro sob acusação de tramar contra a Operação Lava Jato. O senador temia a delação premiada do ex-diretor e, segundo o Ministério Público Federal, tentou comprar o silêncio de Cerveró.
(Com Agências Brasil e Estado)
Comments