top of page
Buscar

Brasil: CHANCE DE SAÍDA DEFINITIVA DE DILMA É DE 45% E ELEVA PRESSÃO SOBRE TEMER - Cálculo é do &#39

  • Foto do escritor: nossavozfoz
    nossavozfoz
  • 26 de abr. de 2016
  • 3 min de leitura

O afastamento provisório da presidente Dilma Rousseff por decisão da maioria do Senado (41 dos 81 senadores) em 12 de maio é dado como certo, mas sua saída definitiva do poder, com o julgamento do mérito do impeachment, que precisa dois terços dos senadores ou 54 votos a favor, está longe de ser um resultado consolidado. O panorama eleva a enorme pressão já sofrida pelo futuro Governo interino de Michel Temer, que terá uma curta janela de oportunidade para provar ao sistema político e à opinião pública que merece ficar.


A avaliação é dos criadores da plataforma Atlas Político, que estreia nesta terça nova seção com o perfil de todos os senadores. O site fará nos próximos meses um acompanhamento em tempo real da probabilidade do impeachment ser aprovado de maneira definitiva no Senado. Nesta segunda-feira, o cálculo da plataforma era 99,9% de chance de Dilma Rousseff ser afastada em 12 de maio por até 180 dias (por aprovação da maioria simples dos senadores) e apenas 45% de probabilidade de afastamento definitivo da petista pelos senadores.


"Juntando as ameaças que vemos na perspectiva interna e externa, fica claro que, mesmo o Temer assumindo, a chance de ele sobreviver depois dos 180 dias de afastamento de Dilma é provavelmente ainda pior que os 45% que o modelo nos revela hoje", afirma o cientista político Andrei Roman, um dos gestores do Atlas. Além das declarações, o site calcula a probabilidade de que cada senador ainda indeciso ou indefinido escolha um lado ou outro, baseado no histórico completo de seu comportamento em votações.


Na análise de Roman, Temer vai ter relativamente pouco tempo para rever um quadro de baixa popularidade enquanto enfrenta múltiplos e simultâneos desafios. Se tentar reformas econômicas num contexto de contestação social, pode inflamar as ruas, ele diz. Por outro lado, medidas para agradar o eleitorado podem fazê-lo perder o endosso do mercado e complicar os problemas econômicos.


Ibope e Eurasia

Pesquisa do Ibope mostra que, na batalha da opinião pública, Michel Temer já enfrenta problemas. Levantamento feito entre 14 a 18 de abril mostra que 62% dos entrevistados prefere novas eleições presidenciais e apenas 8% deles acredita que um Governo Temer fruto do impeachment é a melhor solução para o país. O número é inclusive menor que os 25% que preferem que Dilma Rousseff fique onde está.


Não está claro se a pesquisa Ibope perguntou diretamente sobre apoio popular ao processo de impeachment. Segundo o Datafolha, o suporte à destituição de Dilma Rousseff já havia caído de 68% em março para 61% em abril, pouco antes da votação da Câmara.


"Alegações da Lava Jato que impliquem a Temer e uma queda expressiva do apoio público à remoção de Rousseff são possíveis fatores que poderiam impedir o Senado de aprovar o impeachment da presidenta", escreveu nesta segunda a consultoria de risco Eurasia, para quem a chance de Dilma sair do poder é 80% - ainda que não esteja claro se a probabilidade se refere ao afastamento temporário ou a destituição definitiva. A consultoria lembra a composição do Senado, com representação por Estados, e que isso poderia ter impacto dado o maior apoio ao impeachment, comparativamente, no Sul e Sudeste do que no Norte e Nordeste.


A situação do vice-presidente se complica mais quando se considera que o custo votação da Câmara - o comando do processo pelo impopular Eduardo Cunha e a performance constrangedora dos deputados - parece não ter sido ainda completamente contemplado. A pesquisa Ibope mais recente, por exemplo, só esteve em campo um dia depois da votação do impeachment pelos deputados. Reportagem do EL PAÍS mostrou o impacto negativo da votação nas redes sociais, uma sinalização que poderia decantar nos próximos levantamentos tradicionais. Nas redes, também é intensa a movimentação de atores à esquerda e pró-Governo que colam o vice às palavras "golpe" e "golpista".


Por fim, Andrei Roman, do Atlas, não prevê vida fácil para o futuro em qualquer cenário. Enquanto presidente interino, Temer também seguirá disputando com Dilma o front externo. "Poucos líderes internacionais vão se arriscar apoiar alguém acusado de golpe, mesmo que isso não seja verdade, ainda mais se a chance dele de ir embora depois de 180 dias é considerável. O provável isolamento internacional de Temer pode ser bastante explorado pelo PT." Se Dilma conseguir sobreviver ao afastamento temporário, teria desafios ainda maiores à frente, afirma Roman. "Como é que Dilma vai conseguir governar o país se voltar no final do ano? Bem-vindo ao caos."

(Con El País)

 
 
 

コメント


Verifique em breve
Assim que novos posts forem publicados, você poderá vê-los aqui.
Notícias Recentes
bottom of page