Tríplice Fronteira: ENQUANTO VIZINHOS DA TRÍPLICE FRONTEIRA SOFREM COM ALTA DO DÓLAR, PARTE DO COMÉR
- nossavozfoz
- 28 de mar. de 2016
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No estacionamento do Big Supermercados de Foz do Iguaçu (PR), não está fácil achar vaga: o local está tomado por carros do Paraguai. O principal motivo é o dólar em alta e o real desvalorizado. Os preços no comércio brasileiro acabam sendo mais vantajosos para moradores de países vizinhos.
Além de Foz, outras cidades fronteiriças também tiveram alta nas vendas graças ao consumo de paraguaios, bolivianos e venezuelanos.
No caso de Roraima, fronteira com a Venezuela, mesmo com o bolívar desvalorizado e os preços mais em conta por lá, as vendas são impulsionadas devido à crise no governo de Nicolás Maduro, que provoca escassez de vários produtos nas prateleiras.
Nos últimos seis meses, as vendas nesses municípios brasileiros cresceram até 150% em relação ao período anterior. O avanço começou em setembro, quando o dólar atingiu a casa dos R$ 3,80.
Os negócios atraem desde estrangeiros que compram para consumo próprio até comerciantes que revendem os produtos em seus países.
Em Foz, que também faz divisa com a Argentina, o aumento nas vendas chega a 30% nos supermercados. Em média, é de 22%, segundo a associação comercial local.
Com produtos custando metade do preço no Brasil, paraguaios viajam diariamente mais de 300 km para Foz. É o caso de Norberto Fujioka, que tem loja de frutas e legumes no mercado central de Assunção. No Ceasa de Foz, ele paga R$ 30 a caixa de tomates -lá, sai por R$ 65.
Desde que a cotação do dólar subiu , ele dobrou as compras: em vez de 15 toneladas, leva 30 toneladas de produtos. Para isso, tem empresa de importação para fazer o transporte em dois caminhões.
Com a presença de mais paraguaios e também argentinos em Foz, boa parte do comércio local aceita quatro moedas: além do real, guarani, peso argentino e dólar.
A maior parte de paraguaios vem de Ciudad del Este, localizada logo depois da fronteira. Como a Folha mostrou neste mês, a subida do dólar provoca efeito contrário na cidade vizinha, onde o comércio fechou mil pontos de vendas no ano passado e 10 mil vagas de trabalho.
(Com Folhapress)
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