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Tríplice Fronteira: CRISE ECONÔMICA BRASILEIRA CHEGA À PARAGUAIA CIUDAD DEL ESTE. Saiba mais no O IG

  • Foto do escritor: nossavozfoz
    nossavozfoz
  • 15 de mar. de 2016
  • 2 min de leitura


Os impactos da desvalorização do real e da crise brasileira chegaram ao vizinho Paraguai. Um dos maiores centros comerciais de importados do Mercosul, Ciudad del Este fechou mil pontos de venda no ano passado e demitiu 10 mil trabalhadores -parte deles brasileira.


Localizado na fronteira com Foz do Iguaçu, o município paraguaio tinha até o início de 2015 cerca de 5.000 lojas, segundo estimativa da câmara de comércio e serviços da cidade.


A redução de 20% em um ano no número de estabelecimentos é decorrente, sobretudo, da valorização do dólar, que passou de R$ 2,70 no início de janeiro do ano passado para R$ 4,03 no mesmo período deste ano.


Como quase todos os produtos comercializados em Ciudad del Este são importados, eles ficaram mais caros para os brasileiros durante o ano passado.


Historicamente, os itens na região eram 30% mais baratos que os vendidos no Brasil. Além de os impostos paraguaios serem inferiores, o fato de as lojas serem importadoras também favorece os preços do outro lado da fronteira -os produtos não passam por uma rede de distribuição antes de chegar à mão do consumidor final.


A crise econômica, que, com a inflação e as demissões, reduziu o poder de compra dos brasileiros, deixou ainda mais fragilizada a situação de Ciudad del Este.


GRIPE


Estamos totalmente conectados com a economia do Brasil. Uma gripe lá se transforma em um câncer aqui , afirma Mohamed Mannah, presidente da câmara de comércio local.


A proporção do impacto dos problemas econômicos brasileiros no município se explica pelo fluxo de consumidores. Em 2014, 76 mil pessoas atravessaram a fronteira diariamente, segundo a Receita. Os dados de 2015 ainda não foram concluídos, mas o órgão informa que houve uma redução considerável.


Os brasileiros correspondiam, até o fim de 2013, a 95% dos clientes das lojas paraguaias. Hoje, essa participação não passa de 80%.


Mannah calcula que as vendas caíram em média 70% no município. Em dezembro, houve melhora com as compras de bebidas e com o turismo em Foz do Iguaçu -os hotéis da região aumentam o fluxo de visitantes com a venda de pacotes fechados para o Réveillon.


Em janeiro, no entanto, a situação voltou a se deteriorar. Juan Ramirez, que tem uma loja de eletrônicos, registrou recuo de 50% no seu faturamento nos últimos 12 meses e dispensou três funcionários. Já estávamos com a equipe enxuta. Agora, temos 21 empregados.


Nas duas lojas do presidente da câmara de comércio, as demissões atingiram 14% do quadro de funcionários. Atualmente, a empresa trabalha com 276 empregados.


Dados da Receita Federal também indicam a retração no comércio da cidade. As apreensões de produtos que cruzam a fronteira sem terem os impostos pagos diminuíram 29,5% em 2015 na comparação com o ano anterior.


A auditora fiscal Giovana Longo diz que houve aumento nas operações de combate ao contrabando na região e uma migração do crime para Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A crise brasileira atrelada à desvalorização do real foi, no entanto, o principal responsável pela diminuição nas apreensões, segundo a auditora. Os importados deixaram de ser atraentes.

(Folhapress)

 
 
 

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