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Brasil: EX-MINISTRO DO PP CAIU PORQUE EMBOLSAVA PROPINA DO PARTIDO, DIZ DELATOR DA LAVA JATO - Carlo

  • Foto do escritor: nossavozfoz
    nossavozfoz
  • 5 de jan. de 2016
  • 3 min de leitura

O delator Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará, disse que ouviu do doleiro Alberto Youssef – peça central da Operação Lava Jato – que o ex-deputado Mário Negromonte (PP/BA) perdeu o cargo de ministro das Cidades em 2012, porque não estava destinando dinheiro de propinas para o partido, mas para o próprio bolso.


“Não estava’fazendo caixa’ para o Partido Progressista, uma vez que estaria ‘roubando apenas para ele próprio'”, declarou Ceará em seu Termo de Colaboração número 5 diante da Procuradoria-Geral da República.


Ceará fez dezenove depoimentos, entre 29 de junho e 2 de julho de 2015. Ele era o entregador de dinheiro de Youssef, operador de propinas no esquema instalado na Petrobrás. Um dos relatos trata especificamente de Negromonte, que foi ministro de Dilma entre 2011 e 2012. “Alberto Youssef comentava com o declarante que Mário Negromonte, entre os políticos, era ‘o mais achacador’. Negromonte tinha um telefone ‘ponto a ponto’ para falar com Alberto Youssef.”


O delator disse que Youssef lhe contou que, na campanha de 2010, repassou R$ 5 milhões a Negromonte.


Mário Negromonte atualmente é conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia.


Ceará contou que entregou dinheiro em espécie para o ex-ministro em um apartamento funcional em Brasília, onde também se encontravam outros parlamentares à época, hoje réus e presos da Lava Jato, como Luiz Argôlo (SD/BA) e Pedro Corrêa (PP/PE).


O delator confirmou que Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro, trabalhava para Youssef também para ‘transporte de valores em espécie’. Segundo ele, Adarico virou empregado do doleiro a pedido do ex-ministro.


Ceará relatou que fez entregas de dinheiro vivo para Negromonte em um apartamento funcional em Brasília, no ano de 2010.


“O declarante tomou conhecimento que Alberto Youssef enviava dinheiro para Salvador, destinado a Mário Negromonte, o transporte desses valores era feito pelo próprio irmão de Mário Negromonte, Adarico, tendo Rafael Ângulo Lopez (carregador de malas do doleiro) também realizado viagens àquela capital com o mesmo propósito. Em 2012 ou 2013, o declarante tomou conhecimento, por Alberto Youssef, que este custeou a compra de um veículo Kia Soul, de cor vermelha (e também a instalação de blindagem), destinado à filha de Mário Negromonte, que residia em São Paulo, em apartamento que era de José Janene (apontado pela Polícia Federal mentor do esquema Lava Jato e morto em 2010).”


Ceará destacou que um ‘certo dia’, Adarico Negromonte saiu do escritório de Youssef, em São Paulo, ‘com dinheiro em espécie para pagar o carro ou a blindagem’.


Segundo Ceará, ‘mesmo depois que Alberto Youssef perdeu o ‘caixa’ do Partido Progressista em 2012, alguns políticos mantinham contato com ele, indo inclusive ao seu escritório e recebendo dinheiro, porque havia débitos de empreiteiras em atraso, relativos ao esquema de corrupção na Petrobrás que estavam sendo pagos ao longo do tempo’.


ROLEX


Rocha sugeriu ainda em sua delação que o relógio Rolex dado de presente por deputados do PP ao então diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa pode ter sido adquirido com ele.Isso porque o delator comprava relógios no exterior e os revendia no Brasil, tendo vendido cerca de dez relógios importados a Youssef.


"Na época em que se comentava sobre essa homenagem a Paulo Roberto Costa, alguém do Partido Progressista, do qual o declarante não se recorda, chegou a perguntar o seguinte: 'Cadê, Ceará, já arrumou o relógio do chefe?'", contou.Segundo ele, os relógios custavam de US$ 10 mil a US$ 35 mil –caso de um rolex de ouro vendido a Youssef.

(Com Agência Estado)

 
 
 

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