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Brasil: JUSTIÇA CONDENA EX-GOVERNADOR AZEREDO À PRISÃO POR MENSALÃO TUCANO - A lavagem de recursos p

  • Foto do escritor: nossavozfoz
    nossavozfoz
  • 17 de dez. de 2015
  • 3 min de leitura

A Justiça de Minas Gerais condenou o ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) a 20 anos e de 10 meses de prisão, em regime fechado, por peculato e lavagem de dinheiro, pelo caso que se tornou conhecido como "mensalão tucano". Cabe recurso da decisão.


O episódio, considerado um embrião para o mensalão do PT, foi um esquema de desvio de R$ 3,5 milhões (R$ 14 milhões, em valores atualizados) de empresas públicas para irrigar a fracassada campanha de reeleição de Azeredo em 1998.


A sentença foi dada na tarde desta quarta-feira (16) pela juíza da 9ª Vara Criminal, Melissa Pinheiro Costa Lage, que tinha o processo em mãos desde março.


Em sua decisão, a magistrada conclui não lhe restar dúvidas de que o tucano Azeredo, para disputar a reeleição, "criou uma estrutura político-financeira a fim de legitimar, lavar, os vultuosos recursos que seriam utilizados durante a campanha".


"Criou-se uma organização criminosa complexa", argumenta a juíza, com divisão de tarefas aprofundada, de forma metódica e duradoura.


"Foi criado um caixa robusto para a campanha eleitoral, com arrecadação de fundos de diversas fontes, inclusive de recursos públicos da Copasa (companhia pública de saneamento), da Comig (antiga companhia de mineração de Minas) e do Bemge (antigo banco do Estado), aproveitando-se do uso da máquina pública", escreveu a magistrada.


A lavagem de recursos públicos teria ocorrido por meio das empresas de publicidade de Marcos Valério, condenado pelo mensalão petista.


Segundo Lage, ao recorrer a empresas de propriedade de Valério, o ex-governador legitimou dinheiro ilícito e o distribuiu a colaboradores da campanha, sem que esta verba constasse da prestação de contas.


A magistrada ainda faz referência, na sentença, ao mensalão do PT, ao analisar que ele poderia ter não ocorrido se a investigação sobre Azeredo tivesse sido rigorosa e ágil.


"Triste se pensar que, talvez, toda essa situação, bem como todos os crimes de peculato, corrupção e lavagem de dinheiro, tanto do presente feito, quanto do 'Mensalão do PT', pudesse ter sido evitada se os fatos aqui tratados tivessem sido a fundo investigados quando da denúncia formalizada pela coligação adversária perante a Justiça Eleitoral".


Azeredo renunciou ao cargo de deputado federal em fevereiro de 2014, quando foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República, para que o processo voltasse à primeira instância, onde é possível o maior número de recursos.

Desde março, o ex-governador é diretor executivo da Fiemg (Federação de Indústrias de Minas) e tem um salário de R$ 25 mil. Ele e os outros réus do caso sempre negaram as acusações.


A CRONOLOGIA DO MENSALÃO TUCANO


Um ano e nove meses após voltar à 1ª instância, Azeredo é condenado por desvio de verbas em MG


Nov.2007 Procuradoria-Geral da República denuncia 15 pessoas pelo mensalão tucano, esquema de desvio de recursos de estatais e empréstimos fictícios que abasteceu a campanha de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas em 1998


Mai.2009 Ação é desmembrada pelo STF, que remete casos de réus sem foro privilegiado para a primeira instância


Dez.2009 STF aceita denúncia e torna réu o então senador Eduardo Azeredo


Jan.2014 Justiça confirma a prescrição das acusações contra Walfrido dos Mares Guia, ex-vice-governador de Minas e coordenador da campanha de Azeredo


7.fev.2014 Procuradoria pede punição a Azeredo de 22 anos de cadeia e multa de R$ 2,2 milhões por peculato e lavagem de dinheiro. Duas semanas depois, Azeredo renuncia ao mandato de deputado federal


27.mar.2014 Com a renúncia, o STF decide, por 8 votos a 1, enviar o processo de Azeredo à Justiça de primeira instância em Minas Gerais


16.dez.2015 Um ano e nove meses após o processo chegar à Justiça mineira, Azeredo é condenado a pena de 20 anos?e 10 meses.

(Com Folhapress)

 
 
 

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