Paraná: MORTE DE MULHERES NO PARANÁ SUPERA MÉDIA NACIONAL - Em dez anos, número de vítimas assassina
- nossavozfoz
- 10 de nov. de 2015
- 3 min de leitura

O número de mulheres vítimas de homicídios cresceu 21% entre 2003 e 2013, período em que foram assassinadas 46.186 mulheres no País. O Brasil passou do sétimo para o quinto lugar no ranking mundial. No Paraná, a situação é ainda mais crítica. O aumento nos dez anos analisados pelo estudo divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) ontem foi ainda maior, de 24,7%.
No total, 3.067 mulheres paranaenses foram vítimas de mortes violentas intencionais. Em 2013, último ano abordado pelo estudo, o Estado apresentou taxa de 5,2 mortes para cada 100 mil mulheres, também acima da média nacional de 4,8.
O índice é o segundo maior entre os estados do Sul e Sudeste, atrás apenas do Espírito Santo (9,3). Entre as capitais, a situação se repete. Curitiba aparece com taxa 6,2, acima da média das capitais brasileiras, de 5,5. Vitória tem a pior situação do País, com 11,8 mortes para cada 100 mil mulheres.
No ranking dos cem municípios brasileiros com mais de 10 mil mulheres, nove são paranaenses, sete deles da Região Metropolitana de Curitiba: Campina Grande do Sul, com 14,2 mortes por 100 mil mulheres, aparece na 27ª posição, seguido por Piraquara (36º), Pinhais (56º), Araucária (61º), Almirante Tamandaré (62º), Fazenda Rio Grande (73º) e Colombo (100°). Completam a lista Santa Helena (44º) e São Miguel do Iguaçu (91º), ambas no Oeste do Estado. Já entre os cinco municípios mais populosos do Estado, Cascavel lidera com 6,9, seguido por Curitiba (6,2), Londrina (3,7), Ponta Grossa (3,6) e Maringá (3,1).
Florestópolis, município de 11,2 mil habitantes da Região Metropolitana de Londrina (RML), tem a taxa mais alta do Estado, de 40 mortes por grupo de 100 mil. Entre 2009 e 2013, foram registrados 11 assassinatos de mulheres na cidade.
A cidade não tem sequer delegado exclusivo para investigar os crimes. Responde cumulativamente por Florestópolis o delegado Elisandro Correia, lotado na sede da comarca judiciária, em Porecatu, município que também apresenta taxa elevada de mortes de mulheres (11,3). A reportagem tentou conversar com o delegado, mas ele não foi localizado.
Em Jataizinho, a situação também é preocupante. A cidade apresenta a nona maior taxa de homicídios de mulheres do Estado (16,6). Entre 2009 e 2013, cinco vítimas foram assassinadas na cidade. De lá para cá, a violência não deu trégua. No final do mês passado uma adolescente de 15 anos, que estava grávida de três meses, morreu vítima de espancamento. O principal suspeito é o namorado, um jovem de 18 anos.
Segundo a polícia, o rapaz tentou simular um acidente de moto como a causa da morte. Os laudos do Instituto Médico Legal desmentiram a versão do suspeito, que permanece preso. O inquérito já foi finalizado e encaminhado para o fórum. Evitar a impunidade coíbe outros crimes do gênero , comentou o delegado de Ibiporã, Roberto Fernandes de Lima.
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) informou que os casos são investigados por 17 Delegacias da Mulher distribuídas pelas regiões de Apucarana, Araucária, Campo Mourão, Cascavel, Cornélio Procópio, Curitiba, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Jacarezinho, Londrina, Maringá, Paranavaí, Pato Branco, Ponta Grossa, São José dos Pinhais, Toledo e Umuarama. Em algumas cidades, no entanto, os delegados respondem cumulativamente por outros setores.
A reportagem questionou também as estratégias da Sesp para reduzir os índices no Estado, porém foi informada que os dados seriam repassados posteriormente pela Coordenadoria das Delegacias da Mulher (Codem) da Polícia Civil.
(Com Folha Web)
Comments