Brasil: DELATOR DE EDUARDO CUNHA NA LAVA JATO, APONTA MINISTROS E POLÍTICOS ‘DESTINATÁRIOS’ DE PROPI
- nossavozfoz
- 17 de out. de 2015
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Em sua delação premiada à Procuradoria-Geral da República, o lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador de propinas do PMDB e acusador do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), citou outros nomes do partido como supostos beneficiários de valores ilícitos do esquema de corrupção que se instalou na Petrobrás entre 2004 e 2014.
O delator apontou Renan Calheiros (PMDB/AL) e Jader Barbalho (PMDB/PA). Também citou um senador do PT, Delcídio Amaral (MS), líder do Governo Dilma Rousseff no Senado, e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau (2005/2007/Governo Lula).
Segundo Baiano, os quatro políticos teriam recebido US$ 6 milhões em propinas na contratação do navio sonda Petrobrás 10.000, no ano de 2006. Baiano afirmou que, em 2010, em reunião com o deputado Eduardo Cunha citou os nomes dos três senadores e do ex-ministro como ‘destinatários’ de valores referentes à contratação da sonda.
“Que, inclusive, fez menção aos nomes dos políticos Renan Calheiros e Jader Barbalho como destinatários de parte dos valores referentes à primeira sonda”, registrou a Procuradoria, no depoimento de Baiano em 10 de setembro de 2015.
Ele também disse que Delcídio Amaral teria recebido US$ 1,5 milhão em espécie na operação de compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Baiano citou o lobista Jorge Luz como o suposto pagador dos políticos do PMDB.
O operador do PMDB disse que ‘até então, Eduardo Cunha não sabia do pagamento de tais valores para os políticos do PMDB’. Ele disse que ‘pressionou’ o lobista Júlio Camargo com o argumento de que estava ‘sendo cobrado pelo PMDB’. Segundo Baiano, na ocasião Júlio Camargo estava ’em atraso’ no pagamento da propina referente à sonda Petrobrás 10.000.
Delcídio Amaral disse que foi apresentado ‘ao senhor Fernando Soares’, na década de 90 pelo empresário Gregório Marin Preciado. “Depois dessa época, nunca mais o vi nem tive nenhum tipo de contato com o mesmo.”
O senador anotou, ainda, que a própria Procuradoria Geral da República solicitou ao Supremo Tribunal Federal, e foi atendida, o arquivamento de procedimentos onde seu nome foi citado no âmbito das investigações da Operação Lava Jato.
O senador Renan Calheiros tem negado taxativamente recebimento de propinas no esquema instalado na Petrobrás.
O senador Jader Barbalho e o ex-ministro Silas Rondeau não foram localizados.
(Com Agência Estado)
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