Brasil: STANDARD & POOR'S DEFENDE QUE BC PARE DE ATUAR E DEIXE DÓLAR IR A R$ 5 - Mecanismo d
- nossavozfoz
- 15 de out. de 2015
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A intervenção do Banco Central no câmbio é insustentável e adia a estabilização econômica do país, afirma a agência de classificação de risco Standard & Poors.
O economista-chefe para a América Latina, Joaquin Cottani, afirma que "a melhor coisa seria intervir menos, deixar a inflação cair, o que inevitavelmente acontecerá, não pelos juros altos ou pela contração do crédito, mas pelo desemprego".
O desemprego cresceu no país e atingiu 8,6% no trimestre encerrado em julho, segundo o IBGE. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) está a 9,5%, mais que o dobro da meta, de 4,5%.
"Achamos que a mensagem [do governo] deveria ser que, uma vez que a inflação tiver baixado, começaremos a fazer o que deveríamos ter feito nos bons tempos, que é baixar a taxa de juros."
O economista afirma que o mecanismo de intervenção do Banco Central para conter a alta do dólar não é sustentável. Essa atuação do BC tem sido, sobretudo, por meio de contratos chamados swap cambial, que na prática funcionam como um seguro contra a alta do dólar e contêm a fuga de recursos do país.
Com o swap cambial, o BC compensa o investidor pela variação do dólar no período. Em troca, o comprador paga juros sobre o valor do contrato. O BC acumulou perda de R$ 108 bilhões com o mecanismo até 2 de outubro.
"A venda de swaps não é sustentável. Traz perda de dinheiro e a perda não se reflete no deficit primário, mas no deficit total, porque o custo dos juros no pagamento da dívida mais o custo da intervenção atingiram 8% do PIB. É muito alto", diz Cottani.
O economista afirma que a política monetária do país atingiria um equilíbrio quando o dólar passar a valer R$ 5 - hoje está a R$ 3,85. "Durante a expansão econômica, o Brasil foi muito complacente e deixou o real se valorizar mais do que deveria", diz.
A S&P tirou do Brasil o selo de bom pagador em setembro. A equipe econômica, da qual Cottani faz parte, fornece subsídios para a classificação de riscos, mas há outras variáveis na conta.
(Com Folhapress)
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