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Mundo: DOCUMENTOS DOS EUA APONTAM QUE PINOCHET ORDENOU ASSASSINATO DE EX-CHANCELER CHILENO - Documen

  • Foto do escritor: nossavozfoz
    nossavozfoz
  • 9 de out. de 2015
  • 2 min de leitura

O ex-ditador chileno Augusto Pinochet (1973-1990) ordenou o assassinato e a ocultação do caso em que o ex-chanceler chileno Orlando Letelier foi morto em Washington, em 1976, segundo documentos secretos do governo americano que tiveram o sigilo removido recentemente, afirmou nesta quinta-feira, 8, o filho do diplomata.


Quase quatro décadas depois do crime, os EUA entregaram recentemente ao Chile cerca de 1 mil documentos oficiais nos quais estariam provas concretas da participação de Pinochet no episódio.


"A novidade que apareceu (com os documentos) é a prova que não tínhamos antes de que foi Pinochet quem deu a ordem. Nós tínhamos a convicção política, mas não tínhamos os antecedentes jurídicos para sustentá-la", disse Juan Pablo Letelier, filho do ex-chanceler e atual senador do Partido Socialista chileno.


O senador afirmou que há um documento do ex-secretário de Estado dos EUA George Shultz (1982-1989) "que deixa muito claro que ele tinha um relatório da CIA com informações conclusivas e convincentes de que Pinochet foi quem deu a ordem a Manuel Contreras (então chefe da polícia política chilena) para executar esse ato de terrorismo".


Os documentos que tiveram o sigilo removido foram entregues pelo secretário de Estado dos EUA, John Kerry, para a presidente do Chile, Michelle Bachelet, na conferência "Nosso Oceano", realizada na segunda e terça-feira no Chile.


Depois do encontro, o governo de Bachelet informou ao senador e a Justiça do país sobre o recebimento dos documentos americanos. Além de comprovar a responsabilidade de Pinochet, os documentos da inteligência americana também abordariam ações posteriores realizadas pelo ex-ditador para encobrir o crime.


"São provas claras de como Pinochet criou obstáculos para a investigação e como ele atuou para evitar que seu nome e suas responsabilidades fossem identificadas", chegando até mesmo a pensar em matar Manuel Contreras, disse Juan Pablo Letelier.


Pinochet, que morreu em 2006, nunca foi julgado por esse caso apesar de a Justiça chilena ter conseguido processá-lo por algumas das mais de 3,2 mil vítimas, entre mortos e desaparecidos, que deixou se regime, assim como por enriquecimento ilícito.

PARA ENTENDER - Ex-chanceler e ativista contra Pinochet

Orlando Letelier del Solar (1932-1976) foi chanceler do governo socialista deposto do presidente chileno Salvador Allende (1970-1973) e depois transformou-se em ativista político contra a ditadura de Augusto Pinochet.

Letelier foi assassinado em 21 de setembro de 1976, em Washington, na explosão de uma bomba colocada em seu carro. No ataque, amplamente atribuído a Pinochet, mas até hoje nunca provado - também morreu a americana Ronni Moffit, secretária de Letelier.


(Com Agência Estado)

 
 
 

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