PARANÁ: MORTES DE PEDESTRES PARANAENSES LIDERA RANKING DAS NAS BR'S - Segundo estudo do Ipea, o
- nossavozfoz
- 25 de set. de 2015
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O Paraná lidera o ranking de pedestres mortos em estradas federais em 2014. Segundo estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base em dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), dos 1.204 óbitos do tipo registrados no País no ano passado, 11,7% ocorreram no Estado, o que corresponde a 141 casos.
Em todo o Brasil, foram contabilizados 4.144 atropelamentos, com 1.912 feridos graves. A região Sudeste (33,1%) foi a de maior incidência, seguida pelo Nordeste (31,4%) e pelo Sul (23,6%).
De acordo com o levantamento, 51,6% dessas mortes se deram no período noturno, com concentração maior entre as 18h e as 20h, e 50,8% aconteceram nos finais de semana. Vinte rodovias concentraram 55% das vítimas, sendo que a BR-381/SP apresentou a maior quantidade de óbitos por mil quilômetros.
Os trechos paranaenses da BR-376, da BR-277 e da BR-116 também estão entre os mais violentos no quesito. Apesar de as colisões frontais e os atropelamentos representarem apenas 6,5% dos acidentes, eles respondem, juntos, por quase metade das mortes. Na primeira categoria, perderam a vida 40,4 pessoas a cada 100 batidas e, na segunda, 29,1.
Para o inspetor Wilson Martines, da PRF, uma junção de fatores explica as estatísticas, mas o principal é o fato de as áreas mencionadas possuírem uma característica essencialmente urbana. Veja alguns dos locais onde mais acontecem os atropelamentos: nos cinco primeiros quilômetros da BR-277 em Paranaguá (Litoral) e do quilômetro 728 ao 732, em Foz do Iguaçu (Oeste), já na fronteira com o Paraguai; na Avenida Colombo, em Maringá (Norte), que é a BR-376; na Linha Verde, em Curitiba, que é a BR-476; e na BR-369, em Londrina , lembrou.
Ele acrescentou que, nessas estradas, a velocidade média costuma ser de 70 km/hora, o que não é compatível com a circulação de pessoas. Ausência de calçadas, passarelas e faixas, além da imprudência dos próprios pedestres e dos motoristas, segundo Martines, ajudam a agravar o problema.
O pesquisador Carlos Henrique Carvalho, do Ipea, citou a falta de estrutura adequada como mais um facilitador para a ocorrência desses eventos. São rodovias que cruzam mais de um município e formam grandes conglomerados.
Há muitos conflitos com pedestres, porque o fluxo é alto. Mas faltam também equipamentos de segurança adequados e iluminação pública , disse. Conforme o instituto, as causas mais frequentes de acidentes são desatenção (32,6% dos casos), velocidade incompatível com a legislação (13,1%), ultrapassagem indevida (7,8%) e ingestão de bebidas alcoólicas (6,5%).
O relatório mostra ainda que, nos últimos dez anos, o número de colisões nas estradas monitoradas pela PRF subiu 50,3%. Houve acréscimo de 34,5% nas mortes e de 50% nos feridos. No mesmo período, foi registrado um crescimento de 136,5% na frota brasileira - 102,6% para os automóveis e 269,8% para as motocicletas. Apenas no ano passado, aproximadamente oito mil pessoas vieram a óbito e 100 mil ficaram feridas, em 169 mil batidas. Os números significam uma média de 463 colisões e 23 mortes por dia.
(Com Folha de Londrina)
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