BRASIL: PAÍS CAMINHA PARA SER PAÍS COM MAIOR NÚMERO DE PRESOS - Depen afirma que o Brasil é o quarto
- nossavozfoz
- 18 de set. de 2015
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O Brasil está numa marcha de encarceramento sem precedentes mundiais. O alerta é da diretora do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Valdirene Daufemback, que participou nesta quinta-feira (17) de audiência na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado.
Segundo ela, o país está em quarto lugar no ranking de nações com maior número de presos, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Rússia. Todavia, os três líderes diminuíram suas populações prisionais entre 5% e 13% nos últimos anos e, por aqui, houve acréscimo de 33%.
- Banalizamos por completo o uso dessa ferramenta que é a prisão. Estamos num movimento de superencarceramento sem precedentes. É o país no qual mais cresceu o número de presos e daqui a 50 anos teremos o primeiro lugar - previu.
Segundo ela, é preciso agora pensar num mecanismo para trazer tanta gente presa de volta ao convívio social, principalmente diante da seletividade dos aparatos policial e judiciário:
- Precisamos falar disso, pois existe uma corrente mundial tentando dizer que esse caminho não está funcionando. Não garante preceitos de segurança e paz social. Hoje no país há esse mito de que justiça se iguala à prisão - argumentou Valdirene Daufemback, após lembrar que, no primeiro semestre de 2014, o Brasil ultrapassou a marca de 600 mil pessoas privadas de liberdade.
FRACASSO - Para o senador Donizeti Nogueira (PT-TO), o sistema prisional brasileiro revela que houve um fracasso de todos e, se não houver mudança, o país continuará desperdiçando oportunidades de socialização e "amontoando pessoas".
- É muito simples pensar que vamos gerar segurança trancando mais gente, inclusive menores, com essa proposta de redução da maioridade penal. É preciso humanização do sistema prisional - defendeu.
LIVRO - A reunião da Comissão de Direitos Humanos marcou também o lançamento do livro Liberdade atrás das grades - pedagogia social, política pública e cultura de paz, de Dalila Lubiana, que relatou suas experiências voluntárias com presidiárias no Espírito Santo.
Por meio de práticas de relaxamento, ioga, meditação e dinâmicas de grupo, ela disse que conseguiu levar um pouco mais de tranquilidade a centenas de detentas capixabas. Constatou-se, segundo relatou, mudança de comportamento e melhora das condições psicológicas das presas, permitindo-lhes enfrentar melhor a vida no cárcere.
A ex-senadora Ana Rita elogiou a iniciativa da escritora e disse que esse trabalho não deveria ser voluntário, mas uma política pública.
(Com Agência Senado)
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